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A mostrar mensagens de novembro, 2020

A história incrível de uma gaivota de Armação de Pêra

No dia 17 de novembro, foram devolvidas à Natureza 33 gaivotas, aqui mesmo na Quinta de Marim, em Olhão.

Dois dias mais tarde, recebemos informação sobre uma gaivota que apareceu ainda no dia 17, na varanda da Margarida, em Armação de Pêra. 

Questionada se seria a mesma gaivota que a visita há já nove anos - e que desapareceu em setembro -, a Margarida enviou-nos um e-mail com a fotografia abaixo. Tudo indicava que seria a mesma, pois a membrana interdigital da pata esquerda apresentava uma lesão antiga, facilmente identificável. Mas ... esta ave estava anilhada.

Com base na informação que nos foi dada, descobrimos que esta gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis) ingressou no RIAS em meados de setembro com sintomas compatíveis com intoxicação gastrointestinal (diarreia e desidratação) e paralisia, como muitas das gaivotas que recebemos. Bastante fraca, foi necessário administrar fluídos sub-cutâneos e, durante alguns dias, alimentá-la com recurso a uma sonda. Duas semanas mais tarde, já se encontrava de pé e a comer sozinha.

Em outubro foi transferida para instalações exteriores, onde começou a voar e a recuperar forças. A recuperação total da sua condição física, veio a revelar-se essencial para voltar a visitar a sua amiga Margarida, em Armação de Pêra.

Ao que parece, e citando a Margarida, esta gaivota " já conquistou o seu território, que tinha sido ocupado por outro. Hoje ao fim da tarde, constatei que está prestes a conquistar a companheira de longa data".

A gaivota em questão com a sua parceira. Registo anterior ao ingresso no RIAS.


Este é mais um caso de gaivotas devolvidas à Natureza na Quinta de Marim, e que rapidamente regressam ao local onde foram recolhidas.

Das milhares de gaivotas anilhadas no RIAS, muitas foram mais tarde observadas, refletindo o trabalho do centro, e comprovando a importância destas marcações. Como seria de esperar, a maioria das observações são feitas em Portugal, mas é de salientar os registos de aves na Islândia, Alemanha e outros países do norte da Europa.



Todas as fotografias foram carinhosamente cedidas pela Margarida.

Mergulhão-pequeno devolvido à Natureza no lago da Quinta de Marim

O mergulhão-pequeno (Tachybaptus ruficollis) é uma pequena ave que mergulha constantemente em busca de invertebrados aquáticos, pequenos peixes e lagostins-de-água-doce. 

O mergulhão no vídeo abaixo ingressou no RIAS bastante fraco, e foi necessário fornecer-lhe alimento para que recuperasse forças. Apesar da debilidade em que se encontrava, era importante simular as condições em que captura alimento,  e por isso foram colocados insetos vivos em água, os quais comeu com agrado.

Mergulhão-pequeno a alimentar-se de tenébrios vivos.

Esta espécie ocorre em zonas húmidas com caniçal e vários tipos de vegetação. Posto isto, não haveria melhor escolha de local para devolver à Natureza o mergulhão que ingressou no RIAS, do que o lago existente na Quinta de Marim.


Mergulhão-pequeno marcado com anilha no momento da sua devolução à Natureza.



Corujas-do-mato devolvidas à Natureza

A coruja-do-mato (Strix aluco) é uma espécie residente em Portugal e distribui-se de norte a sul do país, tratando-se de uma das mais comuns aves de rapina noturnas do nosso país

Estas duas corujas-do-mato - tal como acontece com todas as rapinas noturnas que recuperam no RIAS - foram devolvidas à Natureza o mais tarde possível, para ir de encontro aos seus hábitos crepusculares/noturnos. Por serem mais ativas à noite, é geralmente mais fácil ouvir o seu canto do que observá-la. 

Conheça o som produzido por esta espécie, AQUI.




Guincho e gaivota-de-cabeça-preta de volta à Natureza

Este guincho (Chroicocephalus ridibundus) ingressou no RIAS em setembro com sintomas compatíveis com intoxicação gastrointestinal (diarreira e desidratação) e paralisia. Administrados fluídos sub-cutâneos para uma rápida hidratação, e fornecido alimento adequado, ficou no nosso centro até recuperar totalmente.

A voar na perfeição, foi devolvido à Natureza cerca de um mês após o seu ingresso.





Na mesma altura em que o guincho foi libertado, deu entrada no RIAS uma gaivota-de-cabeça-preta (Larus melanocephala), espécie por vezes confundida com o guincho, dadas as semelhanças físicas.

Este indíviduo chegou ao nosso centro exatamente com os mesmos sintomas e por isso, bastante fraco. Aplicadas as mesmas medidas que ao guincho, também esta ave precisou de treinar o voo para recuperar a condição física, e ser considerado apto a voltar à Natureza.



Abutre-do-Egipto, uma espécie 'Em Perigo' ingressa no RIAS

No início do mês ingressou no nosso centro um abutre-do-Egipto (Neophron percnopterus) juvenil. Encontrado incapaz de voar no topo de um telhado no concelho de Portimão, foi recolhido com a ajuda de Sapadores Florestais do Corpo Nacional de Agentes Florestais que ali se encontravam. Após contacto com Vigilantes da Natureza, a ave foi transportada até nós para que fosse realizado o exame físico.


Apesar de não terem sido encontradas lesões físicas, encontrava-se debilitado, e por isso, foram administrados fluídos sub-cutâneos e uma solução multivitamínica.




Esta espécie é considerada nidificante estival em Portugal, o que significa que pode ser observada a partir de fevereiro/março, quando começa a preparar o ninho no norte transmontano e a procurar um/a parceiro/a. No início de novembro iniciam a sua viagem até África, onde irão passar o inverno. 

Este abutre-do-Egipto terá agora que ficar em recuperação para ganhar novamente forças e, esperamos, continuar a sua migração para sul.

Campanha de Natal 2020 - Neste Natal, Apadrinhe um Animal

Todos os anos, o RIAS (Olhão) e o CERVAS (Gouveia), ambos geridos pela Associação ALDEIA, realizam uma campanha de Natal, cujo objectivo é angariar fundos para a manutenção e gestão dos dois centros de recuperação de fauna selvagem.

Ao oferecer um apadrinhamento estará a contribuir simbolicamente para o trabalho dos dois centros. Adicionalmente, quem o receber terá um presente original e solidário que proporciona a possibilidade de assistir à devolução à Natureza do animal apadrinhado (se tal for possível).

Torne-se num membro ativo na dinamização da recuperação de animais selvagens em Portugal! 

Neste Natal, Apadrinhe um animal!


Formulário em português




Every year RIAS (Olhão) and CERVAS (Gouveia), both run by ALDEIA Association, carry out a Christmas sponsorship campaign, which aims to be a mean of raising funds for the maintenance and management of the two wildlife rehabilitation centers. 

By offering a sponsorship you will be contributing symbolically to the work of the two centers. Additionally, who receive it will have an original and solidary gift that provides the possibility of participating in the release back to Nature of the sponsored animal (if possible). 

Become an active member in the recovery of wildlife in Portugal! 

This Christmas, sponsor an animal!





Devolução à Natureza de peneireiro-vulgar pelos padrinhos da associação Sê Mais Sê Melhor!

A 17 de outubro, tal como anunciado, realizou-se uma sessão de jogos de tabuleiro, organizada pela associação Sê Mais Sê Melhor e pelo Clube MTG Olhão, no âmbito da Algarve Con, e integrada na SEIVA - Semana de Educação e Iniciativas de Voluntariado Ambiental.

Para ajudar o RIAS, foi colocada uma caixa de donativos neste evento, com o objetivo de recolher fundos para apadrinhar um peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) em recuperação no nosso centro.


No sábado seguinte, membros destas organizações deslocaram-se até ao RIAS para ver voar o seu afilhado, batizado de Conrado.


Este peneireiro-vulgar ingressou no RIAS com sinais de ter sido mantido em cativeiro ilegal - várias penas das asas estavam danificadas e apresentava lesões plantares em ambas as patas, consequência das condições em que era mantido.

Para não estar em recuperação até que fizesse a mudança completa das penas danificadas, foi realizado o Imping, ou enxerto, de 4 penas primárias em cada asa.


Esta técnica permitiu ao peneireiro recuperar rapidamente a capacidade de voar na perfeição, e ser devolvido à Natureza pelos seus orgulhosos padrinhos.






Milhafre-preto que ingressou por tiro foi devolvido à Natureza pelo Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território

Em meados de setembro ingressou no RIAS um milhafre-preto (Milvus migrans) com três projéteis de caçadeira (dois no cúbito esquerdo e um no costado direito). 

Apesar da tentativa de abate a tiro de que foi alvo, esta incrível ave recuperou e foi devolvida à Natureza pelo Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, no dia em que se deslocou à sede do Parque Natural da Ria Formosa para estar presente na assinatura de um protocolo entre a Região de Turismo do Algarve  e o ICNF

Reportagem da CMTV sobre o RIAS e a assinatura do 
protocolo entre o ICNF e a Região de Turismo do Algarve.





Gaivota coberta de óleo ingressa no RIAS

No início do mês de outubro, ingressou no RIAS uma gaivota-d'asa-escura (Larus fuscus) proveniente da Ilha Deserta. Foi encontrada por membros da SPEA, enquanto estavam a realizar trabalho de campo no âmbito do projeto LIFE Ilhas Barreira. Sem conseguir voar, e com as penas todas pretas, era claro que algo de errado se passava.

Transportada até ao RIAS, e feito o exame físico, concluíu-se que a cor que apresentava era resultante de óleo que estaria na água. Óleo esse que poderá ter sido vertido, por exemplo, aquando do descarte de óleo de um motor de barco diretamente na água da ria. " 

Qualquer descarga de óleos usados nas águas de superfície, nas águas subterrâneas, nas águas de transição, nas águas costeiras e marinhas" é proibida, como descrito no artigo 5º do Decreto-Lei nº 153/2003 de 11 de Julho. 


Uma vez estabilizada, a gaivota foi sujeita a um banho de água morna e detergente de loiça, usado frequentemente em casos de conspurcação, pela sua eficácia na remoção de gorduras.



Terá agora que recuperar a tão importante impermeabilidade das suas penas para que possa voltar à ria ou ao oceano, e capturar o seu alimento sem correr o risco da água penetrar nas penas.



Clipping outubro 2020

 


Postal do Algarve, 21 de Outubro de 2020https://postal.pt/sociedade/2020-10-21-RIAS-acolhe-duas-aves-baleadas-no-espaco-de-uma-semana 

Correio da Manhã, 21 de Outubro de 2020https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/milhafre-negro-e-acor-atingidos-a-tiro-em-olhao 

Algarve Primeiro, 22 de Outubro de 2020

https://www.algarveprimeiro.com/d/secretario-de-estado-libertou-um-milhafre-preto-que-recuperou-no-rias/34965-1 

Sul Informação, 23 de Outubro de 2020

https://www.sulinformacao.pt/2020/10/turismo-do-algarve-investe-no-parque-natural-da-ria-ja-a-pensar-na-cogestao/ 

Tomorrow Algarve Magazine, 23 de outubro de 2020 

https://issuu.com/tomorrowalgarve/docs/tomorrow_-_november_2020_edition__web_version_/144

Portugal Resident, 26 de Outubro de 2020https://www.portugalresident.com/tourism-board-introduces-new-features-to-make-ria-formosa-park-more-attractive/ 

Barlavento, 20 de Outubro de 2020

https://www.barlavento.pt/ambiente/turismo-do-algarve-acarinha-o-centro-de-educacao-ambiental-de-marim 

Correio da Manhã, 30 de Outubro de 2020

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/grifo-recupera-de-eletrocussao-no-centro-rias

 

 

 

Se tiver conhecimento de outras ocorrências do RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens na comunicação social, por favor informe-nos para rias.aldeia@gmail.com.


Águia de Bonelli, uma espécie com estatuto de conservação 'Em Perigo' ingressa no RIAS com dois projéteis de caçadeira

Na última semana de outubro, ingressou no RIAS uma águia de Bonelli (Aquila fasciata) proveniente do concelho de Castro Marim. Encontrada por um particular atento, não aparentava estar em condições de voar como deveria, e foi por isso recolhida e transportada por Vigilantes da Natureza.

Já no nosso centro, foi realizado o exame físico onde se observaram vários ferimentos perfurantes e uma lesão no pulso direito, o que levou a equipa a suspeitar que tivesse sido alvo de tentativa de abate a tiro. 


Posto isto, foi realizado um exame radiológico que, infelizmente, confirmou as suspeitas. Foram encontrados dois projéteis de caçadeira no pulso direito e na cauda, mas também uma fissura no cúbito direito que apresentava ainda restos de munição.

Sem possibilidade de retirar os projéteis, e dada a extrema debilidade em que se encontrava, a única medida a tomar foi estabilizar a ave. Foram então administrados fluídos sub-cutâneos, uma solução multivitamínica e antibiótico para evitar uma possível infeção dos ferimentos.


A águia foi colocada na sala de internamento do RIAS, onde lhe foi fornecido alimento que aceitou prontamente, deixando toda a equipa com uma sensação de alívio e esperança na sua recuperação.